segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Video do Ano Vocacional Scalabriniano

Veja abaixo o Vídeo que acabamos de produzir em vista do Ano Vocacional Scalabriniano.

Pensamos nesta idéia para facilitar, contribuir, ajudar as comunidades.

Este vídeo contêm 3 partes bem distintas.
1ª Procura apresentar parte da realidade migratória.
2ª A resposta da Congregação diante do fenômeno migratório.
3ª Um apelo vocacional aos jovens.

Bom proveito.
Abraços scalabrinianos
Pe. Paulo Rogério Caovila, cs



terça-feira, 15 de novembro de 2011

Ano Vocacional Scalabriniano

             A Congregação dos Missionários de São Carlos - Scalabrinianos, conhecidos no Brasil como Padres Carlistas, está celebrando o Ano Vocacional Scalabriniano.

             Esta iniciativa, que foi sugerida no 1º Encontro de Animadores Vocacionais Scalabrinianos ocorrido em Roma no mês de novembro de 2010 e estabelecida pela Direção Geral da Congregação, acontece de 28 de novembro de 2011 a 28 de novembro de 2012, quando será celebrado o 125º aniversário de Fundação da Congregação.

             A iniciativa tem como tema “Comunidade e Vocação” e como Lema “Fica conosco, Senhor” (Lc 24,29).

             Durante o Ano Vocacional Scalabriniano serão realizadas diversas atividades nas paróquias, missões e obras que são atendidas pelos Padres Scalabrinianos. Estas atividades visam despertar a comunidade em geral para a oração e incentivo pelas vocações, fazendo uma grande corrente de oração pelas vocações e pedindo ao Senhor da Messe que envie mais vocações para a Congregação, promover uma pastoral juvenil e vocacional em todas as paróquias e obras Scalabrinianas, identificar jovens que estejam dispostos a acolher a chamada vocacional, agradecer a vocação sacerdotal e religiosa a que cada membro foi chamado e a difundir o carisma e missão Scalabriniana.

             As províncias/Região já começaram a preparação do Ano Vocacional que será anunciado pelo Superior Geral - Pe. Sérgio Geremia. O Ano Vocacional, em primeiro lugar, é um momento Kairológico para agradecer ao Senhor, para celebrar a vida de nossa Congregação e para pedir ao Senhor o dom de novas vocações para a Igreja e para a nossa família Scalabriniana. Um ano que deve partir essencialmente da convicção pessoal da beleza, da grandeza e da bondade de nosso chamado; deve envolver cada um de nós na oração, testemunho e anúncio... O Ano Vocacional não deve ter momentos intensos ad extra: falando de nosso carisma, convidando as pessoas a rezarem pelas vocações scalabrinianas, convidando explícita e corajosamente os jovens para não terem medo de se consagrarem a Deus como scalabrinianos.

            Portanto, convidamos e solicitamos a participar ativamente das propostas e iniciativas que cada Província/Região, com a ajuda dos animadores vocacionais, está colocando em prática para tornar vivo e eficaz este Ano Vocacional. Aliás, convidamos vocês todos, com veemência a serem promotores e participarem convictos e alegres dessas iniciativas.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

OS NOVOS ROSTOS DA IMIGRAÇÃO PARA O BRASIL

      Brasil, terra imensa, quinto maior país do mundo em extensão territorial, com uma população de 193 milhões de habitantes. Em 1818 o Brasil adotou a sua primeira política imigratória trazendo, primeiramente, suíços para Nova Friburgo e, sobretudo, alemães, os quais se estabeleceram em maior número na região do Sul do país. A partir da crise do cativeiro, foram trazidos para a lavoura, italianos, espanhóis, portugueses, japoneses, entre outros. Entre os anos de 1950 e 1980, a imigração para o Brasil praticamente cessou e foi a vez da migração interna ocupar o cenário. Neste período, o Brasil deixou de ser um país com sua população majoritariamente morando no campo para transformar-se num país urbano, com grande concentração nas Regiões Metropolitanas.
     A partir dos anos 1960, novos imigrantes começaram a chegar: bolivianos, coreanos, chilenos, uruguaios, argentinos e paraguaios. Mas a maior novidade foi a chegada de africanos, em especial vindos de Angola e da República Democrática do Congo, na condição de refugiados. Todavia, hoje o Brasil recebe, embora de maneira pulverizada, africanos de muitos países.
no Haiti,

     Poucos dias após a celebração dos 206 anos da Independência do Haiti, em 1º de janeiro, no dia 12 de janeiro de 2010, deste mesmo país, aconteceu uma das maiores tragédias do mundo. Isto é, o terremoto que deixou as marcas de sua raiva no país caribenho, destruindo toda a capital e outras regiões, deixando milhões de vítimas. Foi um ano marcado por tristezas, traumas, lágrimas, perdas de vidas e de bens materiais. E logo em seguida, uma epidemia de cólera atingiu a população. Como se não bastasse, logo em seguida, o país se viu envolto na farsa política das fraudulentas eleições presidenciais imposta pelo governo para continuar no poder, e que era também a favor da permanência das Forças Ocupantes. Diante de tudo isso, a pergunta que se faz: O que fazer? Para onde ir?
      Após o violento e devastador sismo, muitas das vítimas e sobreviventes, na tentativa de reescrever a gênese de um sonho, caminharam para outras terras. Alguns para a América do Norte (Estados Unidos e Canadá), outros para América Latina (Brasil, Equador, Argentina...) e alguns outros para outros países.
     Para o Brasil, nunca houve migração haitiana, apesar de o Brasil ser um país com fama de acolhedor. Depois do abalo, isso não tardou para acontecer e hoje, há migrantes haitianos no Brasil. Mas será que isso é “migração” ou apenas uma “pequena onda migratória”? Que chamemos isso de migração ou não, ou ainda de onda migratória, em nada altera o sentido. Falta muito ainda para que esse fluxo seja chamado “migração”, comparado com o tamanho do Brasil. Por razões diversas, prefiro chamá-lo de: pequena onda migratória. A cada vez que uso “onda”, refiro-me a algo pequeno ou partícula.
     Essa pequena onda de migração haitiana é tema de debate por parte das autoridades dos países para onde estão migrando, e ainda dos meios de comunicação. Aí surge uma grande preocupação por parte das autoridades. Em Manaus, um dos lugares em que mais cresce essa pequena onda migratória, com a chegada desses haitianos. De fato, nem todos estão vindo diretamente do Haiti para o Brasil. Muitos estão vindo de outros países, como Equador, Santo Domingo, Argentina, Chile, etc., queixando-se de que a renda desses países não lhes é favorável, é pouca. Assim, acabam saindo à procura de outros lugares. A maioria dos que saíram do Haiti, tenta usar as fronteiras brasileiras como lugar “de passagem ou rota” (migrantes de trânsito) a fim de chegar a outro destino, Guiana Francesa ou outros países. Os que ficam estão sendo acompanhados, acolhidos, orientados pastoralmente pela ação social da Igreja-Mãe, nos lugares onde eles se encontram. Do ponto de vista político, da forma que isso vem ocorrendo, percebe-se que não houve um acordo entre os dois governos (Brasil e Haiti) dizendo: vamos receber tal quantidade de haitianos. Na verdade, a pessoa ou o grupo que vai migrar não espera essas coisas. Sendo assim, pode-se notar que está ocorrendo uma onda migratória de forma desordenada. Nem mesmo responsáveis do Brasil sabem o que dizer diante disso. Pois bem, essa pequena onda migratória haitiana para o Brasil é vista como de “migrantes ambientais ou de pessoas vítimas de desastres naturais”, em busca de trabalho e moradia, para voltarem a sonhar, e a manter a eles mesmos e às suas famílias. Essas vítimas são igualmente conhecidas como “desplazadas”, por razões de caráter ambiental e/ou econômico. No total, estima-se que pelo menos 1500 vítimas haitianas do terremoto já chegaram ao Brasil, sem contar os que estão na fronteira com a Colômbia, em Tabatinga, à espera de documentação, para depois alcançarem a capital amazonense, Manaus.
     Essa pequena onda migratória, em nada afeta o Brasil; pelo contrário, o favorece. O Brasil é um país em crescimento, onde a mão de obra é necessária. A pergunta que nos fazemos é: Não seria melhor organizada essa onda, se houvesse um acordo bilateral entre os dois países para acolher um certo número de migrantes haitianos no Brasil?
    Chegando ao final dessa pequena reflexão, como estudante religioso, vivendo no Brasil, gostaria, enfim, de agradecer em nome dos meus irmãos haitianos, “migrantes ambientais ou deslocados”, a todo o povo brasileiro, sobretudo, ao povo amazonense pela acolhida dada a esses irmãos. Por outro lado, um agradecimento que vai ainda ao Conselho Nacional de Imigração, ao Instituto de Direito Humano, enfim, a todos os que acolheram e continuam a acolhê-los. Torcemos para que os favoreçam com a documentação, a fim de que se sintam livres nessa terra acolhedora, como pátria que lhes dá pão e trabalho. Não podemos esquecer os padres e irmãs scalabrinianos, engajados nessa missão nos vários Estados do Brasil, de maneira mais especial, em Manaus, servindo o povo migrante, em particular, depois do terremoto, os haitianos deslocados. Por fim, a todos os diferentes serviços pastorais e instituições da sociedade civil; leigos e missionários que estão ajudando a esses irmãos a se integrarem, na medida possível, na cultura e no mercado do trabalho. Que Deus abençoe esta terra amada, Brasil!

Pierre Dieucel
Estudante Religioso Scalabriniano em Teologia
http://www.dieucel.blogspot.com

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Encontro de Seminaristas Scalabrinianos da Província São Paulo

Estivaram reunidos, de 6 a 8 de outubro, os seminaristas e os seus respectivos formadores da Província São Paulo, no Seminário de Teologia João XXIII em São Paulo-SP.
No Encontro estavam presentes os formandos da Teologia, Filosofia e Propedêutico.
Este encontro foi gratificante para a inculturação, formação e descontração dos seminaristas que, em todos os momentos, demonstraram a alegria de estar em comunidade e de vivênciar o carismo scalabriniano.
No primeiro momento as 3 casas formativas apresentaram, de forma criativa, a sua comunidade, integrantes, formador e serviços realizados na casa. No segundo dia participaram da celebração Eucarística, tiveram a oportunidade de visitar o Aquário de São Paulo e após foi relatada a missão realizada por 2 seminaristas da Teólogia em Manaus-AM, apresentando a realidade de migração do Haiti para o Brasil. A tarde houve mais um momento formativo, onde viu-se a realidade do Tráfico de Pessoas, apresentado por Eduardo Gabriel - sociólogo e seminarista do Propedêutico. Conclui-se  dia fazendo uma avaliação das casas de formação e das motivações que cada seminarista possuia em levar a diante o sonho da missionariedade scalabriniana.
  

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Missão Vocacional Scalabriniana

Motivados pelo tema “Discípulos Missionários de Jesus Peregrino” e pelo lema “Eu era migrante e você me acolheu” (Mt, 25, 35), um grupo de 35 Missionários e Missionárias das Congregações dos Missionários de São Carlos - Scalabrinianos e das Missionárias de São Carlos – Scalabrinianas, realizaram em Guapé, sul de Minas Gerais, a VI Missão Vocacional Scalabriniana.

Esta missão teve inicio no dia 4 de outubro com a Festa de São Francisco de Assis, padroeiro da paróquia e cidade de Guapé. Durante os dias que se seguiram a Missão foi sendo realizada em seis frentes ou setores abrangendo todo o território da Paróquia.
Ao longo da Missão foram visitadas as famílias, realizados encontros de formação com as lideranças, atividades nas escolas, encontros com jovens, encontros com catequizandos, celebrações eucarísticas nas comunidades, programas de rádio, atendimento a confissões, orientação espiritual, entre outras atividades.

Os objetivos da Missão que se repete a cada ano no mês de outubro são os de tornar o carisma scalabriniano conhecido, levar ao povo cristão a mensagem da certeza de que o Cristo Peregrino caminha com seu povo e, animar as vocações ao serviço da Igreja na perspectiva do carisma e da missão Scalabriniana.

A conclusão da Missão coincidiu com a celebração da Padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, dia 12 de outubro. Nesta celebração houve uma concentração dos fiéis para uma caminhada mariana e a celebração eucarística no templo paroquial, que ficou completamente lotado.





terça-feira, 24 de agosto de 2010

O Sonho Missionário de Scalabrini

João Batista Scalabrini, nascido no dia 8 de julho de 1839 em um pequeno povoado chamado Fino Mornasco, filho de Luís Scalabrini e Colomba Trombetta, levava uma vida tranqüila e normal como de qualquer jovem de sua idade até que, aos 18 anos, declarou que queria ser padre.

Enfrentando os desafios da época e sentindo o apoio da família, Joãozinho, como afetuosamente era chamado pelos seus familiares e amigos, ingressou no Seminário Diocesano de Como em outubro de 1857. Com um comportamento exemplar e feliz por sentir-se chamado por Deus ao sacerdócio, o jovem Scalabrini estudou Filosofia e Teologia, e no dia 30 de maio de 1863 foi ordenado sacerdote.

Uma vez ordenado sacerdote, Pe. João Batista Scalabrini pensava em poder realizar seu sonho missionário juvenil: ser missionário na Índia. Decidido a ingressar no Pontifício Instituto das Missões Estrangeiras (PIME) Scalabrini partiu para Milão, mas o seu bispo o chamou e não permitiu deixar a Itália, dizendo-lhe: “Eu preciso de você; suas Índias são a Itália!”. Assim, Scalabrini voltou ao Seminário Diocesano e aí se dedicou por sete anos, primeiro como professor e depois, nos último dois anos, como reitor.

Mesmo atuando no seminário, o sonho missionário continuava ardendo seu coração. Por isso, não obstante suas atividades no seminário, estava ligado ao povo, dispensando seu tempo livre e suas forças.

Nomeado bispo de Piacenza em 1875, com apenas 36 anos de idade, o sonho missionário de Scalabrini parecia haver terminado. Mas, foi justamente aí que este sonho recobrou forças, pois foi em suas visitas pastorais onde Dom Scalabrini percebeu que o fenômeno migratório interpelava-o à missão.

Certo dia, ao passar pela Estação de Milão, Scalabrini viu o desespero de milhares de pessoas que deixavam a Itália e partiam em busca de melhores condições de vida na América. Frente a isso Scalabrini comoveu-se e decidiu então dedicar sua vida a serviço dos migrantes. Foi assim que fundou a Congregação dos Missionários de São Carlos, no ano 1887 e a Congregação das Missionárias de São Carlos, em 1895.

Além destas fundações, Scalabrini continuou sua ação em favor dos migrantes através de visitas às maiores cidades da Itália e dos escritos que tratavam da questão migratória. Fez uma proposta ao Vaticano para a criação de um organismo pontifício encarregado de promover a pastoral migratória e se dedicou às visitas aos migrantes e missionários nos Estados Unidos, Brasil e Argentina.

O sonho missionário de Scalabrini é hoje o sonho missionário e a missão de muitos sacerdotes, religiosas, religiosos e leigos espalhados pelos cinco continentes que abraçaram o seu jeito de ser: ser migrante com os migrantes e servi-los onde o Pai e Senhor da messe os envia. E, pode ser também o seu sonho e a sua missão, querido amigo leitor.

Pe. Alexandre De Nardi Biolchi, cs
alebiolchi@yahoo.com.ar

“Fazer-se tudo para todos”: Scalabrini e as visitas pastorais

A Igreja está comemorando o Ano Paulino (06/2008 – 06/2009), na passagem dos dois mil anos do nascimento do grande apóstolo Paulo. Gostaria de sublinhar, nesse sentido, que o Bem-aventurado Scalabrini levou muito a sério um dos princípios do grande apóstolo: “Fiz-me tudo para todos, para, por todos os meios, chegar a salvar alguns” (1° Coríntios 9,22). Esse princípio, cultivado na espiritualidade, aparece em todos os aspectos da ação scalabriniana. Todavia, está particularmente evidente nas visitas pastorais.

O agir revela aquilo que a pessoa tem como princípios e valores. Em linguagem religiosa, podemos dizer que a espiritualidade da pessoa transborda em uma ação que revela o valor e a profundidade dessa espiritualidade.

O Bem-aventurado Scalabrini, como muitos bispos de seu tempo, poderia ter-se contentado em realizar a visita pastoral na sua diocese, exigida de cada bispo de cinco em cinco anos, visitando os centros maiores e enviando para os vilarejos padres emissários. Ele, pelo contrário, desejava pessoalmente encontrar cada um daqueles a ele confiados. De fato, em seus quase trinta anos de episcopado em Piacenza (Itália), realizou cinco visitas pastorais, e já anunciara a sexta. Dizia: “A mais bela consolação que um bispo pode receber  é conhecer de perto os seus amados filhos e por eles ser conhecido!”.

O desejo de fazer-se “tudo para todos” revela-se no incansável zelo que o levava a não esmorecer diante das por volta de 200 paróquias localizadas nas montanhas (em lombo de burro ou de cavalo), diante dos alojamentos precários em vários lugares, diante do trabalho estafante do dia a dia da visita. Por vezes, diante da chuva, os acompanhantes o aconselhavam a suspender a viagem... ele não concordava; como bom pastor pensava nas ovelhas confiadas ao seu pastoreio.

Não bastasse o trabalho em sua diocese, com olhar agudo Dom Scalabrini, por ocasião já de sua primeira visita pastoral, percebeu o fenômeno que levou milhões de italianos a emigrar para as Américas. Poderia ter deixado suas ovelhas ausentes aos cuidados dos pastores do Novo Mundo. Também aqui o que cultivava na interioridade não permitiu que se acomodasse. O “tudo para todos”, de fato, não conhece limites! É assim que o vemos percorrendo a Itália para conscientizar a Igreja e a sociedade, mobilizando leigos e fundando os Missionários e as Missionárias de São Carlos. Não bastasse, ele mesmo foi em visita aos emigrantes: em 1901, no Estados Unidos; em 1904, no Brasil.

O princípio paulino, todavia, revela-se particularmente quando o fazer-se “tudo para todos” implica em dar a própria vida. O Bem-aventurado Scalabrini, de fato, se não sofreu uma morte como mártir, perdeu a saúde especialmente em função das enormes fadigas que suportou nas visitas pastorais, na diocese de Piacenza e nas Américas.

Diante do princípio evangélico de que pelos frutos se conhece a árvore (cf. Mateus 12,33), podemos logo entender quem foi Dom Scalabrini e que espiritualidade o animava! Outras páginas poderão apresentar ao leitor o “outro lado da medalha”, isto é, o como Dom Scalabrini alimentava sua espiritualidade. Quis, todavia, mostrar sinteticamente o resultado de quanto ele cultivava em seu interior, e apenas em um aspecto: as visitas pastorais.

Que também nós, animados pelo exemplo de São Paulo e do Bem-aventurado Scalabrini, deixemos de lado a preguiça e busquemos fazer-nos “tudo para todos”, cultivando a espiritualidade e, depois, colocando “mãos à obra”.

Pe. Antônio César Seganfredo, cs
Ribeirão Pires, SP

terça-feira, 22 de junho de 2010

3º Congresso Vocacional do Brasil

Motivados pelo tema “Discípulos missionários, a serviço das vocações” e convocados pelo lema “Ide, pois fazer discípulos entre todas as nações” (cf. Mt 28, 19), a Igreja do Brasil celebrará o III Congresso Vocacional. O evento acontecerá de 3 a 7 de setembro, em Itaici, São Paulo.

Este congresso propõe-se a celebrar e partilhar a caminhada do serviço de animação vocacional, a aprofundar a teologia das vocações na perspectiva do discipulado e da missionariedade, a consolidar a identidade do animador (a) e do serviço de animação vocacional, e a oferecer pistas de ação para o serviço de animação vocacional. Como enuncia o Texto-base, o III Congresso realiza-se dentro do processo de continuidade dos congressos anteriores, acolhendo a orientações do Sínodo da Palavra de Deus e da Conferência de Aparecida, no que tange a dimensão vocacional (discipulado e missão).

Neste sentido podemos falar da necessidade de promover a pedagogia do encontro com Jesus Cristo, que desperte e forme autênticos discípulos-missionários. Pois conhecer Jesus é o melhor presente que qualquer pessoa pode receber; tê-lo encontrado foi o melhor que ocorreu em nossas vidas; e fazê-lo conhecido com nossa palavra e obras é nossa maior alegria.

O III Congresso será um espaço propício para provocar e estimular no serviço de animação vocacional uma conversão pastoral e renovação missionária, que deve impregnar todos os planos pastorais de dioceses, paróquias, comunidades religiosas, movimentos e de qualquer instituição da Igreja. A conversão implica em escutar com atenção e discernir o que o Espírito está dizendo às Igrejas através dos sinais dos tempos, onde Deus se manifesta. Para tanto, se exigem atitudes de abertura, diálogo e disponibilidade para promover a co-responsabilidade e a participação efetiva de todos. Urgência pastoral na animação vocacional é o testemunho de comunhão eclesial e de santidade de vida.

O Congresso também traz a preocupação vivida e enfrentada pela Igreja, que conforme Aparecida se constata o número insuficiente de sacerdotes, a sua não justa distribuição e a relativa escassez de vocações ao ministério e à vida consagrada.

Portanto, acreditamos e esperamos que a realização deste Congresso seja uma oportunidade e um momento de graça para toda a Igreja. Oportunidade para refletir sobre o dom da vocação que Deus concede a cada um de nós e momento de graça para reafirmarmo-nos no seguimento a Jesus Cristo, sendo autênticos discípulos e verdadeiros missionários.
 
Pe. Alexandre De Nardi Biolchi, cs

A vida é feita de escolhas

A etapa da juventude é sem dúvida a etapa mais bela da vida humana. Mas, ao mesmo tempo também é a mais complexa e desafiadora. Pois é nesta etapa que se tomam as principais decisões da vida. É neste momento histórico da existência que se fazem as escolhas mais importantes. Escolhas que irão determinar para sempre o rumo da vida.

Diante disso duas atitudes podem ser tomadas: a primeira, a de fazer as escolhas, tendo a coragem de correr o risco de nem sempre acertar nas decisões; e a segunda, adiar sempre e assim não se comprometer com nada e nem com ninguém.

Em geral na atualidade a segunda opção é a tendência mais forte no mundo juvenil. Ninguém quer tomar decisões. Fazer escolhas é algo dolorido, pois são muitas as opções. E, comprometer-se é algo sério, ainda mais quando se trata de decisões e escolhas que vão durar por toda a vida. Por isso, seja no nível profissional, pessoal ou vocacional, os jovens de hoje acabam deixando suas eleições sempre para depois.

Entretanto escolher é preciso. Muitas são as escolhas que devem ser feitas ao longo da existência e são elas que vão constituir e construir a vida de uma pessoa, tornando-a mais ou menos feliz. Cada dia é uma oportunidade de novas escolhas, opções, descobertas e realizações. Cada momento da vida é um desafio para mais uma etapa da história profissional e vocacional que cada ser humano é convidado a escrever.

Jovem, é hora de você tomar consciência da grandeza de tua vocação e missão como protagonista da história. É tempo propício para colocar-se a serviço da vida, vivendo o poder do momento presente, mas numa visão de futuro. A vida humana é processo, a história é processo dinâmico e, é necessário que reconheças o significado e a importância de realizar a parcela que lhe corresponde no registro dessa história.

Diz o filósofo e educador Rudolf Steiner: “O futuro é preparado à medida que o presente, conservando-se no solo do passado, é transformado”. De fato é assim que se faz a história, tendo como referência o passado, animando o presente e projetando o futuro com otimismo e esperança. Se hoje estamos no ponto em que nos encontramos é porque outros vieram antes de nós, num determinado período da história e, fizeram a sua parte neste processo. Agora é o nosso tempo. O momento é este. É a nossa oportunidade de realizar tudo o que está ao nosso alcance, preparando caminhos, discernindo objetivos e projetando sonhos e ideais.

Tudo o que está em nossa volta é um convite para nos sentirmos sempre, em qualquer ato ou lugar, na presença de Deus. E justamente por isso não há razões para ter medo de fazer as escolhas que nos correspondem. No entanto, para perceber essa presença, é preciso ter um olhar mais coerente, um olhar de fé. Precisamos saber e querer escutar, enxergar e sentir a cercania de Deus.

Queremos e sonhamos com um mundo em que a vida, a pessoa humana seja o centro das atenções. Queremos transformar o presente e, se isso parecer utopia, mesmo assim continuemos animados e na certeza de que, como afirma Paulo Freire: “Nenhuma geração vê o que gostaria de ver. Mas o que é preciso é que a geração, mesmo sabendo que não vai ser aquilo que ela gostaria de ver, tome consciência de que, se ela não fizer o mínimo que pode fazer hoje, nem se quer a outra geração que vem vai ver o que gostaria de ver”.

Jovem, é preciso fazer a nossa parte. É preciso fazer as nossas escolhas. Mas não esqueça que, sendo a vida feita de escolhas é preciso viver as escolhas certas!

Pe. Alexadnre De Nardi Biolchi, cs